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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dois pilares de um Partido que não se enverga

Por Luciano Siqueira, deputado estadual pelo PCdoB em Pernambuco e membro do Comitê Central do Partido.


Na história institucional brasileira são frequentes os casos em que um partido político sofre ataques e não resiste. Não apenas pela dimensão da agressão sofrida, mas sobretudo pela carência de musculatura sólida e hígida, teórica e política. A maioria permaneceu na cena política por um lapso de tempo conjuntural, não mais do que isso. Outros se perderam no redemoinho da luta teórica, incapazes de compreender que a realidade sofre constante mutação, trazendo à luz novas questões que a teoria há que responder. Por sectarismo ou fragilidade ideológica, sucumbiram ou mudaram de conteúdo e cor.


O Partido Comunista do Brasil, que fará 90 anos em 2012, sofreu imensas provações ao longo de sua trajetória – atacado pela repressão policial, muitas vezes; e envolto em tumultuoso episódio político-ideológico que lhe subtraiu momentaneamente princípios, programa, denominação e sentido estratégico, levando a que 100 quadros dissidentes o reorganizassem em 1962.

Em 1987, a propósito dos 25 anos da reorganização, João Amazonas publicou no jornal A Classe Operária notável síntese da natureza revolucionária inquebrantável do PCdoB no artigo “Por que o Partido venceu”. Dentre os fatores amealhados por ele, a fidelidade à teoria marxista-leninista, a ligação estreita com os trabalhadores e o povo e a capacidade de se orientar taticamente nas mais diversas situações. Isto como produto da capacidade do coletivo militante, orientado pelo seu centro dirigente, cumprir as determinações do seu Programa e do seu Estatuto – ambos atualizados e renovados para dar conta dos novos fenômenos no mundo e no Brasil.

Não é sem razão, portanto, que no cataclismo do final dos 50 e início dos 60 o Programa e o Estatuto estiveram na alça de mira dos que tentaram mudar a natureza do Partido.

Também não é sem razão que na atualidade, a par dos ataques sem fundamento desferidos contra um gestor público competente e idôneo – o ex-ministro Orlando Silva – vieram à tona, mais uma vez, na grande mídia, afirmações distorcidas sobre o Programa Socialista – assinalado por alguns, irresponsavelmente, como inviável nas condições do Brasil -, e sobre o Estatuto, tentando nele identificar normas que impingem a militantes comunistas ocupantes de postos em governos a obrigatoriedade de colocar supostos interesses partidários menores acima dos deveres assumidos para com o Estado. O que seria, nesse caso, segundo os detratores, a convalidação do mal uso de recursos públicos. Um imenso e grosseiro absurdo!

Porém por mais rasteiras que sejam as acusações, não cabe nenhuma ilusão de que a pena dos acusadores é bem instruída e tem alvo definido: chamuscar, aos olhos de militantes e aliados, esses dois pilares que dão força e vida ao Partido, em qualquer circunstância – o Programa e o Estatuto.

Daí porque, passada a primeira avalanche da atual guerra aberta contra o PCdoB, olha-se em torno e verifica-se que não há escombros a registrar; há, sim, uma organização mais unida, mais autoconfiante, mais determinada a cumprir seu papel histórico - porque atenta e ativa na defesa dos princípios e da linha política constantes no Estatuto e no Programa.

Ponto para o povo brasileiro, que terá sempre nesse partido uma fonte de orientação que o levará a grandiosas vitórias na luta por sua emancipação.

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