Por ocasião do transcurso do 90º aniversário da fundação do Partido Comunista do Brasil, a Comissão Política Nacional do PCdoB lançou um manifesto aos trabalhadores e todo o povo brasileiro celebrando o acontecimento histórico e apontando as perspectivas da luta dos comunistas pelo socialismo no Brasil. Leia a íntegra:
O Partido Comunista do Brasil – PCdoB – completa 90 anos em 25 de março de 2012. É a organização política de vida mais longa de toda a história do país, ligada aos anseios dos trabalhadores pelo ideal socialista. Sua visão projeta o Brasil como uma grande Nação, amante da paz e da solidariedade entre os povos, avessa à guerra e às imposições imperialistas.
Em nove décadas, gerações de comunistas integraram as fileiras partidárias. Em fases distintas, três personalidades vincaram seus nomes à saga dos comunistas no Brasil: Astrojildo Pereira, Luiz Carlos Prestes e João Amazonas.
Astrojildo esteve à frente da fundação em 1922 e simboliza a geração dos primeiros tempos. Prestes entra para o Partido em 1934, já como “Cavaleiro da Esperança”, e lidera a geração até 1960; Amazonas ingressa em 1935, lidera a geração que o reorganiza em 1962 e o conduz até a primeira eleição de Lula.
Com a aclamação, em 2001, de Renato Rabelo como presidente do Partido, pouco antes da morte de Amazonas, uma nova geração vai ocupando as trincheiras comunistas.
Hoje, o PCdoB é uma força conhecida e prestigiada, com um pujante ativo político e moral, forte presença junto aos trabalhadores, influência predominante na juventude, realce no Parlamento, em Executivos locais e nos governos de Lula e Dilma.
Sem menosprezar divergências do passado, a direção atual do PCdoB tem consciência de que este partido é aquele fundado em 1922 e reorganizado em 1962, construído por todas estas gerações de comunistas. O aniversário, que com muito orgulho celebramos, é de todas essas gerações.
1) Legado da geração dos fundadores
A primeira contribuição expressiva do Partido à nossa história foi sua própria fundação. Ela introduziu na cena política, pela primeira vez entre nós, um partido da classe operária, com organização própria e objetivos específicos, a começar pelo socialismo.
A classe operária naquele período já ia a greves por seus direitos e tinha sindicatos atuantes. Mas, sob influência anarquista, resistia à luta política. Entretanto, da Rússia chegara a notícia de que os trabalhadores puseram abaixo um regime tirânico, assumiram o poder e começaram a construir o socialismo. E uma informação circulou: tamanha proeza só fora possível porque lá existia um partido comunista.
Construir um partido deste tipo em nosso país foi a missão iniciada pelos nove delegados que fundaram o Partido Comunista do Brasil: Astrojildo Pereira, Cristiano Cordeiro, Abílio de Nequete, Hermogênio da Silva Fernandes, João da Costa Pimenta, Joaquim Barbosa, José Elias da Silva, Luis Peres e Manuel Cendón. Astrojildo e outros, como Octávio Brandão, lideraram a primeira geração de comunistas.
A República Velha entrava em crise e crescia a contestação que desaguou oito anos depois na Revolução de 1930. O Partido recém-fundado introduziu um elemento novo: levou a classe operária à política. Organizou o Bloco Operário e Camponês, o BOC, que sistematizou, pela primeira vez entre nós, uma plataforma de direitos sociais e trabalhistas. O Partido, através do BOC, elege em 1927 dois comunistas para vereador no Rio de Janeiro, Octávio Brandão e Minervino de Oliveira.
Em 1929 – com a bandeira da unicidade sindical que defende desde 1922 – cria a Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil, a CGTB.
Para as eleições de 1930 inscreveram-se Júlio Prestes, pela situação, e Getúlio Vargas, pela oposição. O Partido propôs a Luiz Carlos Prestes que fosse seu candidato, o que não foi aceito. Lançou então a candidatura de Minervino de Oliveira, secretário-geral da CGTB. A campanha sofreu uma violência incomum, o candidato foi preso diversas vezes. Teve reduzida votação. Mas o fato histórico ficou: em 1930 o Partido Comunista do Brasil lançou para presidente da República o operário, sindicalista, negro, Minervino de Oliveira.
Desencadeada a Revolução de 1930, o Partido não a apoiou. Julgou, erroneamente, que estavam em pauta meras contradições oligárquicas.
A geração dos fundadores também deixou legado valioso na divulgação das ideias do Partido. É de 1922 a revista Movimento Comunista; de 1925 o jornal A Classe Operária; e de 1927 o primeiro diário comunista, A Nação.
Na frente teórica, credita-se também à geração dos fundadores o lançamento da primeira edição brasileira do Manifesto Comunista, seguida de outras obras de Marx e Lênin. Octávio Brandão publica Agrarismo e Industrialismo (1926), o primeiro ensaio sobre a realidade brasileira sob a ótica marxista.
2) Luta pela liberdade, por desenvolvimento e cultura
Quando a Revolução de 1930 mostrou seus limites, o Partido contribuiu para o lançamento da Aliança Nacional Libertadora (ANL), em março de 1935. Prestes, que entrara no Partido em 1934, foi seu presidente de honra. A ANL logo se espalhou pelo território nacional com seu lema “Pão Terra e Liberdade” e com suas mobilizações contra o nazifascismo e a versão local deste, o integralismo. Foi então proibida pelo governo Vargas, levando grupos aliancistas ligados ao Partido a tentarem implantar um governo popular com o levante insurrecional de novembro de 1935 – logo sufocado por apoiar-se basicamente nos quartéis.
A repressão sempre se abateu pesadamente contra o Partido. Após o levante de 1935, foi extensa e cruel, com mais de 15 mil presos. Prestes ficou nove anos na cadeia. Olga Benário, jovem alemã ligada à Internacional Comunista, companheira de Prestes, foi entregue à Gestapo de Hitler e morta num campo de concentração. A onda repressiva prosseguiu após 1937, na ditadura do Estado Novo.
Nos 63 anos que vão de 1922 a 1985, o Partido teve apenas dois anos e quatro meses de legalidade. As classes dominantes sempre tolheram sua liberdade. Mas, em diversas oportunidades, a repressão se abateu não apenas contra os comunistas, mas também contra toda a sociedade, como no Estado Novo (1937-1945) e na ditadura militar (1964-1985). O pretexto mais usado foi a “ameaça comunista”. Por isso, um dos legados do Partido à história do Brasil é sua extensa luta pela liberdade.
No Estado Novo a direção partidária foi desbaratada, sendo necessária uma reestruturação que culminou com a Conferência da Mantiqueira (1943). Aí desponta a segunda geração de comunistas, tendo à frente Luiz Carlos Prestes (na prisão até 1945) e mais Diógenes Arruda, Maurício Grabois, Pedro Pomar, João Amazonas, Amarílio Vasconcelos, Júlio Sérgio de Oliveira, Mário Alves e Carlos Marighella.
O Partido lutou para o ingresso do Brasil na 2ª Grande Guerra Mundial ao lado das forças aliadas, entre elas URSS, contra o Eixo nazifascista. Empenhou-se pela constituição da Força Expedicionária Brasileira que lutou na Europa, à qual muitos comunistas se alistaram.
Na esteira da derrota da Alemanha na 2ª Guerra, cai o Estado Novo e o Partido vai à legalidade por mais um curto período. Apresenta Iedo Fiúza como candidato próprio à presidência da República em 1945, que obteve 10% dos votos válidos; e elege, para a Constituinte de 1946, Prestes senador, com grande votação, e 14 deputados, entre eles o mais votado no Rio de Janeiro, João Amazonas, além de Maurício Grabois, Carlos Marighella, Gregório Bezerra, Jorge Amado e Claudino José da Silva, o único negro na Constituinte.
Na Constituinte, o Partido destacou-se pela intransigente defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, da reforma agrária, da soberania nacional. E ressaltou o papel da União Soviética para a derrota do nazifascismo.
A Constituição entrou em vigor já no clima envenenado do governo Dutra e da Guerra Fria. O Partido perdeu seu registro em 1947 e em seguida os parlamentares eleitos pela sua legenda foram cassados. Rude e rasteiro golpe – contra a democracia.
De novo na clandestinidade, os comunistas salientam outra marca sua: a defesa do desenvolvimento e da economia nacional. Data daí a campanha “O Petróleo é Nosso”, que levou à criação da Petrobras em 1953.
Nesse período os comunistas organizaram grandes campanhas pela paz, contra o envio de tropas brasileiras para lutar na guerra da Coreia e pela interdição das armas atômicas.
Nesta geração o Partido estreitou seus laços com a produção intelectual e artística. Tiveram ligações diretas com o Partido, entre outros, escritores como Jorge Amado e Graciliano Ramos; arquitetos e artistas plásticos como Oscar Niemeyer, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Carlos Scliar e Tarsila do Amaral; dramaturgos e atores, como Gianfrancesco Guarnieri, Francisco Milani, Oduvaldo Vianna Filho, Dias Gomes e Mário Lago; músicos como Cláudio Santoro e Guerra Peixe; cineastas como Ruy Santos e Nelson Pereira dos Santos; cientistas como Mário Schenberg; esportistas como João Saldanha; jornalistas como Aparício Torelli, o Barão de Itararé.
3) A reorganização e a luta em várias frentes contra a ditadura de 1964
Graves fatos ocorreram no Partido Comunista do Brasil entre 1956 e 1962. Por um lado, diretrizes oportunistas disseminadas pelo 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), chefiado por Nikita Kruschev, foram respaldadas pela maioria da direção brasileira. Por outro, esta mesma maioria adota orientação nacional-reformista. Assim, em 1961, publicou-se um novo Programa e novo Estatuto de uma nova agremiação, reformista, chamada Partido Comunista Brasileiro.
Imediatamente um grupo de experimentados dirigentes reagiu e, em fevereiro de 1962, reorganizou o Partido Comunista do Brasil, com seu nome original, tradição e caráter revolucionário, passando a usar a sigla PCdoB. O Partido saiu menor, mas revitalizado. Passou a pensar mais o Brasil e definir suas políticas em sintonia com os acontecimentos. À frente da reorganização estavam João Amazonas, Maurício Grabois e Pedro Pomar.
Transcorrido meio século, a vida deu razão aos reorganizadores do Partido. O PCdoB cresceu e se afirmou. Ninguém, hoje, tem dúvida sobre qual é o Partido Comunista do Brasil.
Dois anos depois da reorganização, os generais desfecham o golpe de 1964. O Partido concluiu que a ditadura viera para ficar; fechava as portas para a ação institucional e, portanto, as abria para a resistência armada. Nos anos seguintes, enquanto a ditadura se tornou ainda mais violenta, o PCdoB preparou e dirigiu a Guerrilha do Araguaia.
O Araguaia foi um capítulo heroico da história do Brasil, que honra e enaltece o PCdoB. A Guerrilha resistiu quase três anos. A ditadura mobilizou grandes contingentes para enfrentá-la, proibiu a imprensa de noticiá-la, apelou para a “guerra suja”. Mas o alerta ficou: os brasileiros não aceitavam a ditadura e outros Araguaias poderiam surgir.
Durante a guerrilha, a quase totalidade da maior organização de oposição à ditadura, a Ação Popular Marxista-Leninista (APML) do Brasil, após longa luta ideológica, incorporou-se ao PCdoB: foi o mais importante e exitoso processo unificador na história das esquerdas brasileiras.
Em sua fase declinante, em 1976, a ditadura ainda perpetrou a Chacina da Lapa, em São Paulo, onde executou mais três líderes comunistas: Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond.
Amazonas passa a encabeçar um núcleo dirigente recomposto com dirigentes vindos da APML e quadros jovens, liderando toda uma terceira geração de comunistas.
Em 1975, o Partido sintetizou em três bandeiras a luta pelo fim da ditadura: anistia ampla, geral e irrestrita; revogação dos atos e leis de exceção; e Constituinte livre e soberana. Em 1979, a anistia, embora distorcida e incompleta, libertou os presos políticos e permitiu a volta dos exilados. A movimentação social recomeçara, com greves e outras jornadas como o Movimento Contra a Carestia. E o Partido nelas está presente. E em 1984 houve uma das maiores mobilizações de massas da história do país, a campanha das “Diretas Já”. O PCdoB, mesmo proibido, ganhou as praças. Mas as “Diretas Já” não passaram no Congresso.
A Nação ficou chocada. A oposição, em dúvida. Parte dela ensaiou o movimento chamado “Só Diretas”. Tancredo Neves, o presidenciável oposicionista possível, teria de renunciar ao governo de Minas Gerais para se candidatar. Em meio a tanta confusão, renunciaria?
O PCdoB não se confundiu. Realçou que a oposição iria ao Colégio Eleitoral não para legitimar, mas para acabar com a ditadura; e que, se um candidato assumisse abertamente este compromisso, o Partido iria às ruas ajudar a legitimá-lo. Amazonas foi a Minas expor esta posição a Tancredo. Este se candidatou e reeditaram-se os grandes comícios das “Diretas Já”. A vitória sepultou o Colégio e a ditadura.
Outro momento crucial foi a derrota da experiência socialista soviética, em 1991. Os capitalistas proclamaram que o socialismo acabara. E políticos e intelectuais, até progressistas, acreditaram nesse embuste. Partidos comunistas diversos arriaram suas bandeiras, mudaram seus nomes, alteraram seus símbolos e renunciaram ao marxismo.
O PCdoB não arriou sua bandeira, não mudou seu nome, não alterou seu símbolo, não renegou o marxismo. Procurou tirar lições da derrota, estudando e aprendendo com os acertos e erros da experiência soviética, situando a luta pelo socialismo nas novas condições do mundo. Sublinhou que essa derrota acontecia na infância do socialismo, quando ele dava seus primeiros passos. Convocou um Congresso Extraordinário (1992) e, após um robusto debate, a conclusão foi unânime: “O socialismo vive!”.
Hoje, é o capitalismo que se debate nas garras da crise sistêmica. E esta tem seu centro justamente nas metrópoles capitalistas: a europeia e a norte-americana.
Ao contrário, o socialismo mostra sua vitalidade. Aí estão a grande China – segunda maior potência mundial –, o heroico Vietnã e a destemida Cuba, entre outras experiências, inclusive os projetos socialistas de Venezuela, Bolívia e Equador. Também se realçam os movimentos de rebeldia em Wall Street e as greves gerais na Europa.
O que está em curso no mundo, e, sobretudo, em nossa América Latina, é uma nova luta pelo socialismo. É um socialismo revolucionário e renovado, que não copia um modelo único, que incorpora particularidades nacionais, e desbrava seu caminho com coragem e mente aberta. É este o socialismo do PCdoB.
4) Novo tempo, democratização, Constituinte, Partido no governo
A redemocratização após a ditadura seguiu caminho inesperado. Tancredo faleceu e coube a José Sarney dar os passos decisivos. O Partido volta à legalidade e vai à nova Constituinte de 1987-88. Suas 1.003 emendas versavam sobre o aprofundamento da democracia; os direitos dos trabalhadores; o desenvolvimento e soberania nacional. Tal como na Constituinte de 1946, uma delas garantia a liberdade religiosa. O Partido Comunista do Brasil é a única legenda, do conjunto de agremiações hoje em atividade, que participou de três Constituintes do período republicano.
Em 1º de janeiro de 2003 Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse no Palácio do Planalto. Não era uma simples troca de nomes. Um novo ciclo se abria na história do país.
O PCdoB se orgulha da condição de protagonista na construção deste ciclo. É o único partido, afora o PT, que nele se empenhou desde o início. Esteve com Lula desde a campanha de 1989, nas três derrotas iniciais e nas três vitórias que se seguiram, até a eleição de Dilma Rousseff em 2010. Engajou-se na difícil resistência à era neoliberal, nas grandes manifestações estudantis e populares que levaram ao impeachment do presidente da República em 1992. No governo Fernando Henrique lutou contra a política neoliberal, das privatizações, do FMI, do “apagão”, da diplomacia que falava grosso com a Bolívia e fino com os EUA. O Partido ajudou a virar – esperamos que para sempre – essa página tenebrosa.
A mudança no Brasil faz parte de um movimento mais amplo. É a América Latina quase toda que se rebela, em uma verdadeira maré vermelha, democrática, patriótica e progressista, tingida pelo sangue latino-americano.
A rebelião segue um caminho original, onde a arma principal é o voto popular. Através de vitórias de candidatos avançados, respaldados nos movimentos populares, o processo de transformação segue seu curso.
Para o Partido, 2003 trouxe uma realidade inédita. Ele foi chamado a participar, pela primeira vez em sua existência, do governo do Brasil. E aceitou.
Há quase dez anos o PCdoB apoia, integra e luta pelo sucesso dos governos democrático-populares de Lula e Dilma. Emprestou-lhes alguns dos seus melhores quadros para atuar – com notável sucesso e integridade sem mácula – nas áreas do Esporte, articulação política, petróleo, Cultura, Ciência e Tecnologia, Saúde e Turismo, entre outras. Nos dias cruciais da crise de 2005, quando a oposição conservadora achou que ia “se livrar dessa raça”, o PCdoB é que trouxe o povo às ruas para bradar “Fica Lula!”.
Ao mesmo tempo, o PCdoB não confunde lealdade e apoio com seguidismo. Preserva sua independência política em relação ao governo. Defende e respeita a autonomia dos movimentos sociais, a mobilização do povo, como imprescindíveis às mudanças. Sustenta que o governo, para avançar e se defender do golpismo da direita, precisa tanto do apoio quanto da crítica. Considera que criticar o que está errado é uma forma de apoiar.
5) Conclamação
O Partido Comunista do Brasil é uma força política brasileira, engajada na realização de objetivos como o de transformar o Brasil em uma Nação próspera, desenvolvida, livre, amante da paz entre os povos, em marcha para uma transição socialista. É cioso do seu passado de lutas, que contribuiu, muitas vezes com sacrifícios inauditos, para o Brasil chegar aonde chegou.
O mundo vive hoje uma grande crise do capitalismo que agrava ainda mais as crescentes desigualdades, as crises sociais e aumenta os conflitos de guerra no mundo. Neste contexto, a questão central é a qual rumo se dirigir, qual alternativa seguir.
Por isso mesmo o PCdoB, na festa de seus 90 anos, conclama o povo a abraçar seu Programa Socialista, aplicá-lo e desenvolvê-lo.
O Programa Socialista do PCdoB resulta de reflexões amadurecidas sobre a situação do país e do mundo. Passou por anos de elaboração. Encarna uma nova concepção programática.
O atual Programa Socialista do PCdoB dá um passo à frente: propõe um rumo e um caminho. O socialismo é o rumo. O fortalecimento da Nação brasileira, o caminho.
O socialismo proposto é renovado, não copia modelos, leva em conta os avanços das experiências socialistas modernas e as particularidades nacionais. Tem uma feição brasileira.
O fortalecimento da Nação concretiza-se em um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, com quatro fundamentos: a luta pela soberania e defesa da Nação; a democratização da sociedade; o progresso social; e a integração solidária da América Latina. O Programa faz um amplo conjunto de propostas capazes de nortear este projeto.
Este caminho pode levar a uma democracia popular, com hegemonia dos trabalhadores e da maioria da Nação e, portanto, criar condições para a transição ao socialismo. Representará um novo salto civilizacional, o terceiro na acidentada, mas vitoriosa, história do Brasil.
É armado deste Programa e do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que o PCdoB faz esta conclamação e, convicto de que o aumento de sua representatividade política contribuirá para o avanço das conquistas do povo, participará, em plenitude, nas eleições de outubro próximo, inclusive disputando prefeituras em várias capitais e outras cidades importantes. O Partido abre suas portas e acolhe, para suas fileiras militantes, todos os brasileiros e brasileiras que buscam ter uma atividade política organizada e transformadora.
Grande é a vitória do Partido Comunista do Brasil em chegar aos 90 anos de existência. Maior ainda é a alegria do PCdoB por chegar aos 90 anos altivo, revitalizado e confiante. Altivo por nunca ter tergiversado na defesa dos trabalhadores e do Brasil. Revitalizado por nunca ter contado com tanta gente em suas fileiras para enfrentar as tarefas do futuro. E confiante por estar no caminho do fortalecimento da Nação e no rumo do socialismo.
Viva o 25 de março!
Viva o PCdoB!
Viva o Socialismo!
Viva o Brasil!
São Paulo, 15 de março de 2012.
A Comissão Política Nacional (CPN) do Partido Comunista do Brasil, PCdoB
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